sustentabilidade na moda é um tema que me tem despertado interesse nos últimos anos. Cada vez mais vamos ganhando consciência do impacto das nossas ações no planeta, nesse sentido é importante percebermos o que podemos fazer para inverter a tendência de olharmos para a roupa como algo descartável.    

 

Quando li o artigo da Joana Campos Silva sobre o tema da sustentabilidade na moda percebi que o mesmo é muito mais complexo do que pensei inicialmente.

São vários os fatores que determinam a sustentabilidade de uma peça. Os referido fatores vão desde a matéria prima usada até aos recursos consumidos para se obter a matéria prima e ao transporte usado. Quando falamos de sustentabilidade, não nos podemos esquecer da utilização e eliminação da peça, uma vez que as duas representam uma parte muito significativa do impacto total da peça de vestuário.

Partilho aqui os mitos e factos sobre sustentabilidade na moda, descritos no artigo, que considerei mais relevantes.

Mitos e factos

Mito 1 – O algodão orgânico é mais sustentável do que o poliéster reciclado.

De todas as fibras existentes, o poliéster tem a pior reputação. A realidade é que, mesmo se todas as roupas no mundo fossem feitas a partir de fibras orgânicas e naturais, a sua produção exigiria mais terras cultiváveis, mais água e energia para serem produzidas. Não existe um tecido 100% sustentável pois todos exigem recursos do meio ambiente.

Em resumo a matéria prima usada por si só não determina a sustentabilidade da peça. É necessário ter em conta a globalidade do impacto considerando os recursos naturais, as pessoas envolvidas e o transporte usado.

Mito 2 – Produzir em Portugal é mais sustentável do que na Índia.

Pode ser sustentável produzir em Portugal ou na Índia temos é de perceber o impacto real de todo o processo. Como consumidores finais é determinante investigarmos e procurarmos conhecer as marcas e os seus valores.

Facto 1 – A forma como cuidamos das nossas peças tem um impacto enorme na sustentabilidade.

Um dos maiores impactos da sustentabilidade está na forma como cuidamos da peça em casa uma vez que estes cuidados estão diretamente relacionados com a longevidade da peça.

Para aumentar a longevidade da peça existem alguns cuidados que podemos ter:

– Lavar menos – em algumas situações pode bastar arejar, quando for preciso lavar garantir carga completa da máquina.

– Lavar a temperaturas mais baixas (20/30 graus) – desta forma poupamos as fibras e poupamos energia.

– Reduzir a limpeza a seco – este tipo de limpeza é feito com utilização de químicos com impactos nas fibras, no meio ambiente e na nossa pele.

– Menos Ferro – Muita roupa não precisa de ser passada a ferro, se for retirada assim que a máquina termina e bem esticada está pronta a usar.

Facto 2 – As etiquetas de composição da peça são cruciais para que as mesmas possam ser transformadas.

Retirar as etiquetas de composição da peça dificulta o processo transformação/dar uma nova vida à peça. As etiquetas são a única forma do reciclador perceber qual é a matéria prima de que a peça é feita. Ele necessita desta informação para fazer a triagem correta e para não misturar fios com composição diferente.

Muitas vezes focamo-nos muito no impacto ecológico da matéria prima mas esse é apenas uma parte de um problema maior em que a utilização e a eliminação também desempenham um papel importante. A utilização e eliminação representam 50 a 80% do impacto total da peça de vestuário.

Em resumo a sustentabilidade na moda é um tema complexo e que merece a nossa atenção enquanto consumidores finais, uma vez que está nas nossas mãos alterar comportamentos e contagiar as marcas a alterarem os seus comportamentos também.

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